Os benefícios da Educação Ambiental para a comunidade escolar

Você sabe o que é Educação Ambiental? Se a sua resposta foi “não”, então este artigo é para você! Abordar e implementar essa questão na vida escolar é crucial.

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“Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade.” (Lei nº 9795/1999, Art 1º


Quando e onde surgiu a Educação Ambiental


Foi na década de 60 que determinadas pautas ambientais ganharam espaço no debate mundial, com o lançamento do livro “Primavera Silenciosa” escrito pela bióloga marinha, cientista e ecologista Rachel Carson em 1962, a obra se tornou um marco ao apontar que determinadas substâncias são nocivas provocando estragos e danos a longo prazo para o meio ambiente.


O termo “Educação Ambiental” surge então durante a Conferência de Educação da Universidade de Keele, que ocorreu em 1965 na Grã-Bretanha. A expressão ganha notoriedade após o aumento significativo de preocupações ao redor do mundo acerca dos caminhos escolhidos pela sociedade para o meio ambiente.


Outro ponto que gerou alerta foi quanto aos recursos naturais necessários para abastecer as necessidades humanas. Na década de 1970, ocorreram fóruns significativos na Europa e nos EUA para estabelecer diretrizes para a Educação Ambiental. A publicação do “Relatório do Clube de Roma” ocorre também durante a década de 1970.


O “Relatório do Clube de Roma” ou “Relatório Meadows”, era composto por um grupo de pessoas que possuíam destaque em diferentes áreas de conhecimento. Eles debatiam problemas da sociedade presente e do futuro como: saneamento, poluição, crescimento populacional, energia, saúde, meio ambiente e tecnologia.


É durante a Conferência de Belgrado, capital da Sérvia, antiga Iugoslávia, em 1975, que a concepção de Educação Ambiental começa a tomar forma. Foi na conferência que surgiu a “Carta de Belgrado”.


O documento possui as bases de referência para a regulamentação e implementação da Educação Ambiental na esfera escolar. A Carta de Belgrado tem sido utilizada como um exemplo desde então, tornando-se um símbolo na luta pela preservação do meio ambiente e estabelecendo-se como um marco no tratamento das questões ambientais até os dias atuais.


A implementação da Educação Ambiental no Brasil


Com o impacto da Carta de Belgrado, cursos de pós-graduação em ecologia foram criados no Brasil em 1976 nas Universidades Federais de Brasília, Campinas, Amazonas e São Carlos, bem como no Instituto Nacional de Pesquisas Aéreas (INPA) em São José dos Campos.


Em 1977 a UNESCO em colaboração com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) realiza a Conferência Intergovernamental de Educação Ambiental em Tbilisi (ex-URSS). O evento foi o elemento chave para o princípio do programa Internacional de Educação Ambiental, fundado em 1975.


A Conferência em Tbilisi estabeleceu as características e os objetivos da Pedagogia Ambiental em níveis globais, além das estratégias para o plano nacional e internacional. E serviria ainda de inspiração para o “Seminário de Educação Ambiental para América Latina” realizado novamente pela UNESCO e o PNUMA em 1979 na Costa Rica. No mesmo ano, o Ministério da Educação (MEC) e a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB) publicam o livro “Ecologia – Uma proposta para o Ensino de 1º e 2º graus”.


A partir da década de 80 a Educação Ambiental se torna cada vez mais necessária. O Ministério da Educação publica em 1985 o parecer 819/85 para evidenciar a importância de aderir os conteúdos ecológicos durante o ensino do 1º e 2º graus. Anexando esses assuntos a todas as outras diversas áreas do conhecimento. Dessa forma cria-se um modelo estruturado que torna possível, de forma gradual, a construção da consciência ecológica do cidadão e no futuro da sociedade.


A Educação Ambiental se torna pauta do Plenário do Conselho Federal de Educação com a aprovação unânime do parecer 226/87 que julgava fundamental a inclusão da Educação Ambiental aos conteúdos que já eram trabalhados nos projetos curriculares das escolas de 1º e 2º grau, além da criação dos Centros de Educação Ambiental.


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Surge a Política Nacional de Educação Ambiental


O Ministério da Educação reúne em 1999 um Grupo de Trabalho composto por personalidades influentes que compõem suas secretarias para discutir a regulamentação da Lei nº 9.795/99 que prevê a criação da Política Nacional de Educação Ambiental (PNEA), com objetivo central de implementar em nível nacional as diretrizes da educação ambiental.


A Câmara Técnica Temporária de Educação Ambiental no Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) promulga a Lei nº 9.795/99, após debates, em 27 de abril de 1999. O então presidente, Fernando Henrique Cardoso, sanciona a norma.


A Coordenação-Geral de Educação Ambiental (CGEA) é formada após a publicação da Lei nº 9.795/99 por meio do MEC e da Diretoria de Educação Ambiental (DEA) que integrava o Ministério do Meio Ambiente. O Programa Parâmetros Curriculares Nacionais em Ação foi proposto no mesmo ano, atendendo às apelações dos Estados, pelo Ministério da Educação.


O Plano Plurianual, iniciado em 2000 com fim em 2003, contou com a Educação Ambiental incluída pela segunda vez. O Plano Plurianual em questão existia na esfera de um Programa, vinculado de forma institucional ao Ministério do Meio Ambiente e nomeado como “0052 – Educação Ambiental”.


Por meio do Decreto nº 4.281, a Lei nº 9.795/99 é regulamentada em 2002. Desta forma fica determinado, após o decreto, a composição do Órgão Gestor da PNEA além de prever os fundamentos necessários para a sua execução.


Maneiras de introduzir a educação sustentável nas escolas


Definitivamente a Educação Ambiental se torna cada vez mais o centro de debates no ambiente escolar. Além dessa temática integrar parte das disciplinas que compõem de forma obrigatória o currículo escolar. A Pedagogia Ambiental está presente também em algumas escolas por meio da disciplina transversal, que é uma determinação do MEC, onde os alunos podem aprender sobre conhecimentos sobre a vida cotidiana em coletivo e o conceito de aprender na realidade e sobre a realidade.


Entre outras coisas, o aluno aprende sobre consumo responsável, proteção dos recursos naturais, problemas ambientais, causas e consequências do aquecimento climático, tipos de resíduos, coleta seletiva e benefícios da reciclagem.


Nessa perspectiva é possível trabalhar a Educação Ambiental nas escolas, veja aqui alguns exemplos de como introduzir esse conteúdo na rotina da sala de aula:


  • Capacitação de professores;
  • Ações que ultrapassem a escola e envolvem a comunidade;
  • Atividades com aplicação na escola e na casa dos alunos;
  • Incentivo de uma alimentação saudável;
  • Experienciar de forma prática ações sustentáveis;
  • Estimular hábitos saudáveis em conjunto com a comunidade;
  • Executar mudanças na rotina escolar cotidiana.


Todos os trabalhos e atividades devem envolver os alunos para que eles consigam estabelecer uma familiaridade com as práticas sustentáveis. Dessa forma eles conseguem romper a barreira entre escola e casa. Além de replicar no ambiente familiar e comunitário as ações que aprendeu na escola, desenvolvendo assim valores e atitudes sustentáveis.


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Importância de introduzir ações sustentáveis para o coletivo


O desenvolvimento sustentável está totalmente ligado à Educação Ambiental, um dos objetivos do desenvolvimento é trabalhar maneiras diferentes de atender as necessidades do ser humano. Buscando maneiras que não afetem as gerações futuras a suprirem suas necessidades.


Em conclusão, a Educação Ambiental é relevante não apenas por aprimorar a vida da comunidade escolar, mas também por impactar positivamente a sociedade como um todo. Além de se estabelecer como pilar para construir estratégias que operem de acordo com os princípios do desenvolvimento sustentável.


É cada vez mais evidente a necessidade de educar e conscientizar a sociedade acerca da preservação do meio ambiente. Só estabelecer hábitos saudáveis, não é o bastante. A Educação Ambiental é uma ferramenta importante para lidar com os efeitos diários das crises climáticas e hídricas, superexploração dos recursos naturais e aumento populacional.


A Pedagogia Ambiental desempenha um papel fundamental na formação de cidadãos conscientes, responsáveis e comprometidos com a preservação do meio ambiente. Ao integrar conceitos, práticas e valores ambientais em nossa rotina escolar, estamos investindo no desenvolvimento sustentável e garantindo um futuro melhor para as próximas gerações. É essencial que escolas, educadores, estudantes e comunidades se unam nessa missão. Trabalhar em conjunto para criar um ambiente de aprendizagem que promova a consciência e a ação em prol da sustentabilidade.


Ao adotarmos a educação ambiental como parte integrante do currículo escolar, estaremos construindo uma base sólida para uma sociedade mais consciente, equilibrada e comprometida com a preservação do nosso precioso planeta. Juntos, podemos moldar um futuro onde a educação ambiental seja uma prioridade, e onde cada indivíduo possa desempenhar um papel ativo na construção de um mundo mais verde e sustentável para todos.


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Sara Moreira

em 13/12/2023 às 16:51:57

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